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Sequestro Relâmpago

Sequestro relâmpago: transferências por PIX são exigências em Manaus

Os bandidos, agora, exigem que as próprias vítimas realizem o pagamento da fiança, mediante transferência bancária por meio do Pix

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Nos últimos meses, muitas pessoas foram vítimas de sequestros relâmpagos em Manaus. A modalidade criminosa, de acordo com os últimos registros realizados na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), tem ganhado um novo padrão de prática por parte dos criminosos.

Neste novo padrão de sequestro relâmpago, conforme observado nos registros das ocorrências, os bandidos estão exigindo que as próprias vítimas realizem o pagamento da fiança mediante transferência bancária por meio do PIX. Outra nova característica do crime é a maneira como a quadrilha atrai as vítimas para serem sequestradas.

Se passando por clientes, na maioria das vezes, os bandidos entram em contato com os alvos, marcam um encontro profissional e as vítimas, ao chegarem ao local marcado, são surpreendidas pelo golpe seguido de sequestro. Foi o que aconteceu com duas funcionárias de uma concessionária de veículos, no dia 4 de março deste ano.

Relembre alguns casos

De acordo com as informações repassadas à polícia, as funcionárias, de 54 e 29 anos de idade, foram visitar a casa de um suposto cliente, que havia marcado para fechar um negócio. Entretanto, ao chegar, elas foram abordadas e informadas que aquele encontro tratava-se de um sequestro.

Ainda conforme os relatos, os criminosos pegaram o carro da empresa e percorreram vários bairros com as vítimas. Eles exigiam que as mulheres realizassem a transferência por PIX no valor de R$ 50 mil, para que na sequência fosse liberadas.

Devido as mulheres não terem acesso à quantia solicitada, eles levaram um notebook, dois aparelhos celulares iPhone e R$ 700 em espécie. Os homens abandonaram as vítimas no bairro Petrópolis.

Traumatizadas, as mulheres acionaram a polícia e o caso foi registrado no 1º Distrito Integrado de Polícia.

Outro caso de sequestro relâmpago ocorreu na avenida Umberto Calderaro Filho, no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus. No dia 22 de fevereiro, uma empresária, que estava saindo do estacionamento de um salão de beleza, foi abordada por dois homens. Eles anunciaram um assalto e, em seguida, levaram a vítima com o veículo.

Câmeras de segurança do estacionamento registraram o momento em que a vítima foi levada pelos criminosos. Segundo relatos da irmã da empresária, os bandidos exigiram que a mulher realizasse uma transferência pelo PIX. Ela fez a transferência e foi liberada. O valor exigido não foi informado.

Já no dia 12 deste mês, mais um caso foi registrado. O sobrinho de um empresário do ramo de segurança foi o alvo na rua 1º de Maio, no bairro Compensa, Zona Oeste da capital.

Câmeras de segurança registraram o momento em que os bandidos abordaram a vítima quando ele fechava o porta-malas do carro.

De acordo com as informações da polícia, o sequestro durou cerca de oito horas. Inicialmente, os bandidos exigiram a quantia de R$ 200 mil. Porém, o pagamento do resgate finalizou em R$ 6 mil e após a transferência para os criminosos, o jovem foi liberado.

Segundo os familiares, ele foi abandonado pelos bandidos em uma área rural da cidade. O rapaz teve apenas escoriações nos braços e nas pernas. O caso foi registrado no 8° Distrito Integrado de Polícia (DIP).

Perfil das vítimas

De acordo com as características dos crimes registrados, a maioria das vítimas visadas pelos bandidos são mulheres entre 25 e 60 anos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública SSP-AM, de 15 casos registrados no ano de 2021, nove vítimas foram mulheres.

Extorsão mediante sequestro

Conforme o artigo 159 do Código Penal, o crime de extorsão mediante sequestro trata-se da restrição de liberdade com a finalidade de conseguir um resgate ou um determinado valor para a soltura da vítima. A pena para quem pratica este crime varia de 8 a 15 anos de prisão, podendo chegar a 30 anos se o crime resultar em morte.

A equipe de reportagem do Em Tempo entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil para esclarecer sobre esse novo padrão de sequestros relâmpagos, onde os criminosos exigem da própria vítima o pagamento da liberdade, por meio do PIX.

Além disso, solicitamos informações sobre os últimos casos registrados em Manaus, além da atuação da polícia neste tipo de crime.

A assessoria informou que nos próximos dias irá disponibilizar um material para a imprensa com as informações sobre os casos.

Edição: Leonardo Sena

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