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ESPORTE E LAZER

Patinação conquista frequentadores da Faixa Liberada em Manaus

A modalidade, que é uma mistura entre esporte e lazer, tem chamado a atenção de quem frequenta a Faixa Liberada da Ponta Negra

Foto: Marcos Holanda

Manaus (AM) – Querido nos anos 80, a patinação volta a ganhar força e conquista adeptos de todas as idades em Manaus. A modalidade, que é uma mistura de esporte e lazer chama a atenção de quem frequenta a Faixa Liberada da Ponta Negra, na zona Centro-Sul de Manaus. O espaço funciona nos dias de quarta-feira, das 17h às 23h, e domingo, das 7h às 12h.

Dedicado à prática da patinação há 38 anos e um dos criadores do grupo Patins Tradicional Manaus, Hudson Carvalho, de 50 anos, oferece serviços de aluguel de patins no local há pouco mais de um mês. Apaixonado pela modalidade desde criança, Hudson ressalta ainda que busca transmitir o mesmo para quem ainda não tem conhecimento sobre a modalidade.

“Aproveitamos o espaço aqui da Ponta Negra nos dias de quarta e domingo como uma forma de incentivar as pessoas a saírem do sedentarismo. A experiência tem sido uma das melhores, muitas pessoas estão procurando. De início, muitos relembram que na infância patinavam e por algum motivo resolveram parar. Inclusive, aparecem pessoas que pararam há cerca de 20 anos e, quando calçam o patins, logo nos primeiros passos já despertam aquela memória afetiva”, descreveu.

Hudson Carvalho – Foto: José Airton

Hudson decidiu criar a equipe Patins Tradicional Manaus com mais cinco amigos como uma forma de resgatar os patins no estilo “Quad”, que são aqueles com quatro rodas, mas também como uma forma de reencontrar os velhos companheiros que patinavam ainda nos anos 90 pelo Centro da capital amazonense.

O empresário e também cartunista relembra que a equipe aumentou enquanto andavam pelos bairros e encontravam pessoas que, há cerca de 30 anos, viam a patinação como lazer.

“Naquela época, foi muito sucesso esse estilo de patins e criamos um certo carinho por ele. Preferíamos mais do que o estilo inline (em que as rodas seguem uma linha reta). Então, em 2015, pegamos todo aquele pessoal das antigas e montamos o grupo com o intuito de resgatar essa prática. Encontrávamos as pessoas por aí, incluíamos no nosso grupo e a pessoa voltava a andar. Já vimos pessoas que pararam mais de 30 anos e voltaram a desenvolver a prática. Resgatamos as pessoas que estavam paradas”, pontuou.

Há cerca de dois anos, a equipe deu origem a “Escolinha de Patins” que, atualmente já conta com mais de 65 crianças. A escolinha funciona nos dias de quarta-feira, sexta-feira e sábado a partir das 18h e fica localizada no bairro Presidente Vargas, mais conhecido como Matinha, nas proximidades do Terminal 1.

“Depois montamos a escolinha para que as crianças, jovens ou adultos que quisessem praticar algum esporte tivessem a oportunidade de conhecer a modalidade. Futuramente vamos criar uma Associação para trazer a patinação em massa para mais pessoas. Inclusive, acredito que a prática vem aumentando bastante na capital amazonense. Temos recebido uma demanda muito grande de pais de crianças pedindo aulas pelas redes sociais. Fazemos aulas particulares, oferecemos na nossa escolinha e também alugamos na Ponta Negra, assim percebemos que as pessoas têm buscado se adaptar à prática”, destacou.

Por ser uma atividade dinâmica e aeróbica, Hudson define a patinação em três palavras: corpo, alma e mente. Além de ser uma atividade divertida, andar de patins oferece inúmeras vantagens para a saúde. A prática permite que você misture sua rotina e ainda receba benefícios cardiovasculares. Segundo a Associação Americana do Coração, andar de patins é um exercício aeróbico que ajuda a fortalecer o coração.

Além de estilosos, são uma ótima opção de atividade esportiva que traz benefícios à saúde, como queima de gordura, fortalecimento do sistema cardiovascular e diminuição do estresse.

“O patins trabalha teu corpo físico, sem contar que, que a mente fica em espécie de translado. Quando patinamos não enxergamos problemas, dificuldades ou preocupações. É um êxtase, um relaxante e ajuda muito no bem-estar psicológico, além de afastar doenças como a depressão”, explicou.

Desde quando começou a andar de patins até o dia de hoje, o único momento em que pausou a prática foi quando foi acometido com meningite em 1988. Fora isso, ressalta que nunca sentiu vontade de parar.

“Quando tinha 17 anos parei por sete meses. Tirando esse período, ando de patins initerruptamente. Para mim, não tem outro esporte. O meu esporte é a patinação. Praticamente durmo e acordo com eles nos meus pés. O meu corpo já está até no automático. Acredito que esse sentimento faça parte da vida de grande parte das pessoas que tem a patinação como filosofia de vida”, disse.

Assim como Hudson, a secretária do lar Elke Lima, de 37 anos, também enxerga na prática da patinação como uma filosofia de vida. Praticante da modalidade desde os 11 anos de idade. Elke ressalta que pratica o esporte na Faixa Liberada desde que o projeto iniciou em 2009 na Ponta Negra e se resumia em fechar a via para a população praticar atividades esportivas.

Elke Lima – Foto: José Airton

“Além de fazer bem para a nossa saúde, ele nos afasta daquela rotina, ainda mais para quem passa o dia trabalhando de uma forma cansativa. Quando patinamos esquecemos dos problemas, das dificuldades, de tudo o que faz parte do nosso dia a dia e vem se divertir. Nos sentimos livres. Pratico aqui desde o início e sempre que dá, a experiência e o espaço são ótimos, visto que não temos muito recurso para praticar em outros locais públicos”, ressaltou.

Origem do patins

Os primeiros patins foram criados por volta de 1761 e eram constituídos por uma única linha de rodas. No século seguinte manteve-se o mesmo alinhamento das rodas. Em 1819, em Paris, M. Petitbled patenteou os primeiros patins, novamente utilizando três rodas em linha. Durante os 40 anos seguintes, todos os patins possuíam rodas em linha, variando no seu número (máximo de seis e mínimo de duas) e no seu modelo. Porém, notava-se grande dificuldade em manobrar este tipo de patins.

Em 1863, James Plimpton revolucionou o mundo dos patins inventando um patins com quatro rodas, dois pares lado a lado. Devido ao maior controle, este tipo de patins rapidamente dominou a indústria. Apesar da maioria das companhias produzir este tipo de patins, um pequeno número delas continuava a insistir nos patins em linha.

Tipos de patins

Atualmente já existem mais de 7 diferentes tipos de patins e suas modalidades. Cada estilo de patinação tem um patins diferente. Disponíveis em lojas online e físicas, há modelos para diversos usos, manobras e terrenos.

  • Fitness/Inline
Foto: reprodução/Internet

É o tipo mais comum de patins. Inspirados nas lâminas de patins de gelo, as rodas do patins seguem uma linha reta. Ideais para iniciantes na patinação, são indicados para quem quer patinar em em superfícies lisas de asfalto ou concreto e sem obstáculos, como ciclovias, parques e ruas.

  • Freestyle/Urban
Foto: reprodução/Internet

A modalidade consiste nas manobras radicais e com alguns obstáculos. Predominantemente urbana e indicada para quem gosta de fortes emoções, os patinadores devem buscar um modelo mais resistente e robusto. As rodas devem ter de 72 mm a 84 mm, além de base ajustável ao pé do patinador para que tenha um melhor desempenho esportivo ao fazer deslizamentos, giros, saltos e outras manobras.

  • Agressive/Street
Foto: reprodução/Internet

Apresentando manobras mais intensas, o estilo é o que exige os patins mais resistentes e robustos entre todas as categorias. A diferença entre os outros modelos de patins é que as rodas são menores, com uma separação maior entre as duas da frente as duas de trás.

As manobras são realizadas em obstáculos de rua, como canos, corrimãos, escadarias, paredes e rampas de skate.

  • Slalom
Foto: reprodução/Pinterest

Originado a partir do estilo freestyle, o slalom tem movimentos mais ágeis, artísticos, complexos e precisos. Além disso, pode ser praticado em pistas de concreto liso ou madeira, desde que possibilite manobras diversas. os modelos ideais para essa prática precisam ter rodas de 80 mm e bases com alturas diferentes.

  • Speed/Corrida de velocidade
Foto: reprodução/Internet

Os modelos de patins speed demandam mais velocidade e qualidade. Para a prática, a bota deve ser mais baixa e suas rodas mais largas, com 100 mm a 110 mm e de preferência produzidas com fibra de carbono para dar mais agilidade ao atleta.

  • Downhill
Foto: reprodução/Pinterest

Voltado para patinadores mais experientes, a modalidade consiste na patinação em curvas e ladeiras a mais de 100 km/h. Conhecido pela adrenalina, exige anos de prática por ser a modalidade de patinação que mais oferece riscos aos competidores. As disputas acontecem em estradas, ladeiras e serras.

  • Quad
Foto: reprodução/Internet

O modelo mais usado na patinação artística, é o famoso patins vintage com quatro rodas, que mais parece um skate em versão tênis. Com duas rodas na parte dianteira, duas rodas na parte traseira e um freio na parte frontal são fáceis para se equilibrar e muito indicados para iniciantes e crianças.

Como são muito fáceis de usar e dão mais equilíbrio ao praticante, são menos velozes do que os modelos da versão inline.

Edição Web: Bruna Oliveira

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