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Guerra na Ucrânia

Partido Republicano promete ajuda à Ucrânia com armas

A promessa vem mesmo com alguns legisladores republicanos ameaçando bloquear ajuda futura à Ucrânia

Um grupo de membros do Partido Republicano, dos Estados Unidos, viajou à Ucrânia esta semana, encontraram-se com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e prometeram considerar uma lista de armas importantes e outras necessidades durante uma reunião.

O encontro, tendo como pano de fundo o aniversário de um ano da invasão da Rússia, é um exemplo claro de como os membros do Partido Republicano estão distantes sobre como lidar com o envolvimento dos EUA na guerra daqui para frente.

A divisão só se aprofundou desde que o Partido Republicano assumiu a maioria na Câmara em janeiro, mesmo com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, tentando cuidadosamente permanecer neutro sobre o assunto.

Também ocorre em um momento em que o presidente Joe Biden está enfrentando uma pressão crescente para fornecer aos ucranianos armamento mais avançado que alguns de seus próprios comandantes militares reconheceram em particular que poderiam ajudar a Ucrânia a vencer a guerra.

Zelensky, que se reuniu com o presidente do comitê de Relações Exteriores da Câmara, Michael McCaul, e quatro outros membros do Partido Republicano, disse ao grupo que planejava enviar a eles uma lista de armas, que inclui caças F-16, que ele acredita serem necessárias para acelerar o fim da guerra com a Rússia.

Um importante comandante militar dos EUA reiterou a um grupo de legisladores republicanos como os caças F-16 e mísseis de longo alcance seriam imperativos para servir à causa ucraniana, disse uma das fontes.

“Existe um amplo apoio bipartidário entre os Estados Unidos, a nossa OTAN e aliados europeus para apoiar a Ucrânia contra a agressão russa”, disse McCaul durante sua delegação do Congresso à Ucrânia.

“Tivemos uma reunião muito produtiva com o presidente Zelensky. Conversamos principalmente sobre quais são suas necessidades quando se trata de vencer esta guerra. E ele está fornecendo a esta delegação a lista das armas que a Ucrânia precisa para vencer.”

“Ele disse que vamos ficar aqui o tempo que for preciso. E embora isso seja verdade, espero que não demore tanto para vencer este conflito. E, para isso, temos forte apoio bipartidário para dar à Ucrânia tudo o que ela precisa para vencer”, acrescentou McCaul.

Essa posição, no entanto, pode se tornar cada vez mais insustentável à medida que as próximas lutas de gastos, audiências no Congresso e a corrida presidencial de 2024 colocam firmemente a questão de adicionar aos US$ 113 bilhões que os EUA já enviaram à Ucrânia — e alguns republicanos recuam na perspectiva de ajuda adicional.

Vários legisladores do Partido Republicano já estão se preparando para essa batalha e, em particular, tentando descobrir como afastar a oposição dentro de seu próprio partido.

Dentro da manobra interna

Nos bastidores, um plano começa a tomar forma entre os republicanos que veem a vitória final da Ucrânia como o único caminho a seguir: aumentar a pressão sobre Biden para se livrar de sua relutância e enviar armas como caças F-16 e mais mísseis de longo alcance enquanto reprimiam a oposição de seu partido usando a maioria na Câmara para destacar as atrocidades de guerra da Rússia.

Alguns legisladores do Partido Republicano já estão rejeitando as alegações de colegas republicanos de que o financiamento e as armas dos EUA não estão indo para onde deveriam — mesmo como os republicanos do Comitê de Supervisão da Câmara deixaram claro na quarta-feira (22), em uma carta aos funcionários do governo Biden, que planejam investigar o financiamento federal para a Ucrânia para examinar o potencial “desperdício, fraude e abuso” nos gastos.

McCarthy, enquanto isso, não tomou uma decisão sobre qual posição ele vai tomar. Mas McCaul, ao garantir a Zelensky que considerará o envio de armas adicionais e ajuda à Ucrânia, o fez com o apoio privado de McCarthy, disse à CNN uma pessoa familiarizada com as discussões.

McCarthy também apoiou a investigação do presidente da Supervisão da Câmara, James Comer, sobre o potencial uso indevido da ajuda anterior dos EUA, disse uma segunda pessoa familiarizada com as negociações.

McCarthy também aprovou que Comer envie a carta ao secretário de Defesa Lloyd Austin, ao secretário de Estado Antony Blinken e à administradora da Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA, Samantha Power, buscando documentos e informações para entender como os departamentos e a agência estão conduzindo a supervisão desses fundos.

Divisão sobre o fornecimento de caças F-16

O objetivo específico de Zelenky de obter caças F-16 dos EUA tornou-se uma questão cada vez mais controversa.

Tanto Biden quanto o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, já se opuseram a tal movimento devido a preocupações sobre como isso poderia escalar o conflito.

Mas o argumento contra o fornecimento de F-16 está se tornando mais difícil, já que os líderes militares de alto escalão reconheceram em particular aos legisladores do Partido Republicano nos últimos dias que essas armas ajudariam a Ucrânia a vencer a guerra, de acordo com uma fonte familiar.

Na semana passada, o general Christopher Cavoli, comandante supremo aliado para a Europa e chefe do comando europeu dos EUA, disse a 10 legisladores do Partido Republicano em uma reunião a portas fechadas que os F-16 ajudariam a Ucrânia a vencer.

Questionado se era esse o caso, Cavoli disse “sim”, segundo a fonte, confirmando os detalhes relatados pela primeira vez pelo jornal Politico.

Embora os comentários de Cavoli vão além do que os altos funcionários dos EUA disseram publicamente, eles também refletem opiniões divergentes dentro do Pentágono – notadamente dividindo-se com a abordagem mais cautelosa de Milley, que há muito desconfia de qualquer movimento que possa provocar uma escalada russa, de acordo com várias fontes familiarizado com o assunto.

*Com informações da CNN

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