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Ameaça nuclear

Otan mantém treino de guerra nuclear e desafia a Rússia

Nas últimas semanas, o presidente Vladimir Putin e outros membros de seu governo vêm aumentando o uso da retórica nuclear

Em meio ao agravamento da crise com a Rússia, decorrente da escalada de ataques de Moscou contra a Ucrânia invadida em fevereiro, a Otan (aliança militar liderada pelos Estados Unidos) anunciou que manterá seu treinamento anual de guerra nuclear.

Nas últimas semanas, o presidente Vladimir Putin e outros membros de seu governo vêm aumentando o uso da retórica nuclear no conflito com o vizinho, sugerindo que ataques contra as áreas que o Kremlin anunciou ter anexado no fim de setembro poderiam constituir uma ameaça ao Estado russo —sendo assim cabível sua defesa com ogivas atômicas.

Segundo o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, se o exercício fosse cancelado, “estaríamos enviando o sinal errado para Moscou”. É uma mudança de curso que acompanha Washington, a potência que dá as cartas aos outros 29 membros da aliança forjada em 1949 para dissuadir a União Soviética de invadir a Europa Ocidental.

No começo da guerra, o governo de Joe Biden cancelou um teste de rotina com um míssil intercontinental, do tipo que seria usado para tentar obliterar a Rússia, ou a China, numa guerra total. Depois, mudou de ideia e testou quatro de uma só vez.

Questionado sobre o risco de uma confrontação nuclear com a Rússia, Stoltenberg manteve o tom de desafio possível: “Estamos preparados para qualquer ameaça”. Ele voltou a condenar as ameaças atômicas de Putin, de resto sendo feitas desde o começo da guerra sem a condenação da parceira de Guerra Fria 2.0 China, e os ataques maciços com mísseis da segunda-feira (10) contra a infraestrutura civil ucraniana.

Esse tipo de duelo retórico remonta a um dos períodos mais perigosos da Guerra Fria, quando uma sequência de exercícios da Otan foi vista no Kremlin como um prenúncio de um ataque nuclear preventivo. O ano era 1983, e documentos revelados ao longo dos anos mostram que o risco de um conflito acidental foi um dos mais altos da história.

Enquanto isso, o G7, grupo das sete economias mais desenvolvidas entre as democracias, se reúne a pedido de Kiev para discutir o aumento de envio de armas mais sofisticadas para deter os russos.

O Kremlin criticou particularmente a discussão sobre sistemas antiaéreos, dizendo que com isso o Ocidente apenas faz o conflito se prolongar, e o chanceler Serguei Lavrov voltou a dizer que os EUA estão diretamente envolvidos na guerra.

*Com informações da Folha

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