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Mercado em expansão

Exportações de produtos amazônicos podem movimentar até US$ 150 bilhões, projeta Apex

Potencial do comércio de produtos locais é "enorme"

Castanhas na mesa de triagem. Processamento da castanha na mini usina da Comunidade do Rio Novo, um afluente do rio Iriri na Terra do Meio Foto: Lilo Clareto/ISA

O Brasil ainda aproveita pouco o potencial de exportação dos produtos amazônicos, incluindo itens bastante procurados por consumidores estrangeiros, como a castanha e o açaí. Segundo o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, o comércio de mercadorias compatíveis com o uso florestal sustentável e aceitos internacionalmente tem o potencial de movimentar, em todo o mundo, cerca de US$ 150 bilhões.

Jorge Viana diz que o potencial é enorme,  “mas dos cerca de US$ 334 bilhões que o Brasil exportou no ano passado, o Norte exportou US$ 28 bilhões, dos quais US$ 21 bi saíram aqui do Pará. Alguém vai dizer que é muito, mas se comparado aos US$ 334 bilhões totais, é muito pouco. O mesmo para o Nordeste, que exportou US$ 27 bi”, comentou Viana, ao ser entrevistado pelo canal.gov, que está transmitindo, ao vivo, os debates do Diálogos Amazônicos.

“A castanha do Brasil, por exemplo, é um produto que, com as barras de cereais, tem mercado o ano inteiro. E que o Brasil exporta pouco, porque deixou de ter políticas [específicas] para [estimular a comercialização do] produto. A Bolívia chega a exportar cerca de US$ 150 milhões em castanhas. O Brasil só chega a 10% disso. E enquanto a Costa do Marfim exporta 2,2 milhões de toneladas de cacau, o Brasil produz cerca de 300 mil toneladas. Aqui, na Amazônia, são exportados US$ 100 milhões em pimenta do reino. O Vietnã exporta US$ 700 milhões”,

acrescentou Viana, que é engenheiro florestal e governou o Acre, seu estado natal, por dois mandatos, entre 1999 e 2007. 

Debate

Evento preparatório para a Cúpula da Amazônia, que reunirá chefes de Estado dos países da região entre esta terça-feira (8) e quarta (9), o Diálogos Amazônicos reúne, em Belém (PA), milhares de representantes de entidades, movimentos sociais, universidades, centros de pesquisa e agências governamentais para discutir temas como as mudanças climáticas, sustentabilidade e desenvolvimento econômico e social da Amazônia. Para Viana, é uma rara oportunidade do país discutir, “objetivamente, como fazer para transformar a riqueza da biodiversidade amazônica em melhorias para o povo” da região e de todo o Brasil. 

“Estou esperançoso que, a partir deste encontro, boas mudanças possam acontecer. Inclusive na Apex-Brasil. Porque a Amazônia, assim como o nordeste, exporta pouco, embora tenham um potencial de exportar muito. Faz dez anos que as exportações brasileiras estão meio que paralisadas”,

diz Viana.

“Vamos explorar bem este momento e ver um forte crescimento das exportações na Amazônia. Não só de matéria-prima, mas de produtos com valor-agregado”, acrescenta, antes de afirmar que tem se reunido com empresários e entidades que representam o setor produtivo da região norte a fim de discutir o apoio da agência.

“A ApexBrasil tem um papel muito importante a cumprir. Já realizamos mais de mil eventos por ano: feiras, encontros, rodada de negócios, no mundo inteiro, mas precisamos ter um cuidado com o pequeno empreendedor, com as cooperativas, com as empresas pequenas, com aqueles que querem empreender e vamos fazer um trabalho junto com o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], com as lideranças nos estados, para pegar na mão do empreendedor e abrir portas para que ele possa exportar. É assim que vamos ajudar e fazer a grande mudança, especialmente aqui na Amazônia”,

concluiu Viana, sustentando que a preocupação do governo é transformar a região em um exportador de produtos com valor agregado, ou seja, de maior valor, e não só de matéria-prima.

*Com informações da assessoria

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