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Cigarros Eletrônico

Cigarros eletrônicos, moda que traz riscos à saúde

Não existe nível seguro para uso de cigarros eletrônicos

Atualmente, tem sido observada em diversos países a tendência crescente do uso do cigarro eletrônico (CE), os chamados vapes, principalmente entre os mais jovens. Os modelos eletrônicos funcionam à base de vaporização: o dispositivo contém um líquido que, ao ser aquecido, gera o vapor aspirado e exalado pelo usuário. 

À exemplo do que as gerações anteriores viveram com o cigarro de papel, que foi associado ao glamour, o vape ganha fama nas redes sociais, pelas mãos de influenciadores digitais.  Além disso, está bombando nas festas e, até mesmo, em escolas e universidades. Aparentemente, está “voltando a ser legal” fumar! 

Aaaaah é bom lembrar, apesar de super populares, a Anvisa proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. 

Os CE, por imitarem a forma e as sensações provocadas pelo cigarro tradicional, foram introduzidos no mercado com a justificativa de auxiliarem os tabagistas a pararem de fumar, e de fato contribuem para isso.

 No entanto, está havendo um aumento da sua popularidade também entre os que, até então, eram não fumantes. Acredita-se que isso tenha sido impulsionado por uma maior aceitação social, um gosto mais atraente e uma aparência contemporânea em relação aos tradicionais. O gosto e cheiro são convidativos, já que são usadas essências de sabor e mentoladas. 

Entretanto, a modinha do uso dos vapes parece não ser “tão legal” para a saúde. Um estudo realizado em 2020 demonstrou que o uso de cigarro eletrônico aumentou em quase três vezes e meia o risco de experimentação do cigarro convencional e em mais de quatro vezes o risco de tabagismo.

Tal constatação desperta uma preocupação de que a liberação comercial desses dispositivos pode representar uma ameaça às políticas públicas antitabagistas no Brasil. Assim, surge a pergunta: todo o esforço feito até agora está prestes a ser perdido? 

Outro ponto relevante é que a segurança dos CE não foi cientificamente demonstrada. O que se sabe é que a nicotina é fornecida via formação de aerossol (pequenas gotículas, como um vapor) e não por fumaça, como o cigarro tradicional.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, os cigarros eletrônicos são uma porta de entrada para o uso do cigarro, pois a nicotina inalada produz a sensação de prazer, o que pode levar ao abuso e à dependência. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores, e, assim, a dependência chega.

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) cita o tabagismo como responsável pela morte de sete milhões de pessoas por ano no mundo, seja via cigarros convencionais, seja via cigarros eletrônicos. O tabagismo á a maior causa evitável de morte. 

É verdade que os cigarros eletrônicos evitam muitos dos produtos tóxicos originados da queima do tabaco. No entanto, eles também possuem uma gama de outros aditivos e solventes que podem formar compostos tóxicos e cancerígenos, além de liberarem nanopartículas de metais tóxicos do dispositivo e do líquido durante o aquecimento.

Assim, o cigarro eletrônico não expõe o usuário ao monóxido de carbono, uma vez que não há combustão e o aquecimento é feito por bateria. Porém, expõe a elementos como a nicotina líquida, que causa risco cardiovascular, e, coincidentemente ou não, nos últimos anos houve elevação de mortes por doenças cardiovasculares entre os mais jovens, justo quando o vape virou moda.  

Nesse contexto de possíveis efeitos adversos, uma nova doença pulmonar relacionada ao uso de CE foi descrita pela primeira vez em 2019, nos Estados Unidos. EVALI, a sigla que significa lesão pulmonar associada ao uso de CE, tem como principais sintomas a tosse, falta de ar e dor no peito. Pode causar fibrose pulmonar, pneumonia e pode chegar à insuficiência respiratória, levando o paciente a necessitar de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Desde março de 2019, houve uma epidemia contínua de EVALI, com mais de 2.600 casos e 60 mortes relatadas somente nos Estados Unidos, em 2 anos.   

No Brasil no final de 2021, o cantor sertanejo Zé Neto da dupla com Cristiano, relatou em suas redes sociais, que passou por um problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico. O cantor ainda aconselhou outros usuários a pararem com o uso. 

Não há nível seguro de exposição ao CE, estudos ainda estão sendo realizados, mas o que temos até agora já indica que o vape não é mocinho, pelo contrário, tem toda cara de vilão. 

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