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OPINIÃO

Casa da Criança de Manaus em Páscoa

Páscoa de 2015. Convidada pelas irmãs de caridade S. Vicente de Paulo fui participar da páscoa das 320 crianças sem internas naquela instituição filantrópica já no umbral de seu septuagésimo aniversário. Deu-se na segunda-feira, no dia 6 de abril, logo no início da manhã.

Páscoa
Divulgação

*Carmen Novoa Silva


Páscoa de 2015. Convidada pelas irmãs de caridade S. Vicente de Paulo fui participar da páscoa das 320 crianças daquela instituição filantrópica de Manaus, já no umbral de seu septuagésimo aniversário. Deu-se na segunda-feira, no dia 6 de abril, logo no início da manhã. No entanto a alegria das crianças era tanta pela festividade pascal que de lá voltei perto do meio-dia.

Em 1948, D. João da Mata bispo de Manaus em seu dinamismo, construiu a Casa da Criança para o atendimento dos menores carentes daquela Manaus tão terna e às vezes tão dura por suas necessidades (água, luz elétrica e de alimentos que não chegavam pelo lendário navio “Guaramiranga” como diz o folclore popular) e que nunca chegou ao “roadway”.

Esse foi o legado da decaída da economia da borracha no início do século 20. Inertes, e sós nesta vastidão geográfica do Brasil. Urgia ressurgir das dores, ou seja, tirar ressurreições das dores de Manaus durante 4 décadas.

Como diz Pe. Nonato Pinheiro, da Academia Amazonense de Letras e filólogo por excelência, em seu livro sobre o valoroso arcebispo, intitulado. “D. João da Mata”:

“Deixo esta instituição a cargo das Irmãs de São Vicente de Paulo neste ano de 1948. O povo de Manaus é solidário e sabe o que é ter chagas. Ao povo manauara conclamo: “Ajudem as irmãs!” Assim teremos valores e tesouros eternos registrados no Alto”.

Neste milênio onde sobressai a desvalorização da família, perguntam-se os corações manauenses: Qual o segredo da longevidade desta casa sob o amparo da Virgem da Medalha Milagrosa? Asseguro ser pelo Pensamento Cristão, na prática do “Vinde a mim as criancinhas”… Esse evangelho do benquerer Cristo o lançou em época na qual se desprezava a infância.

A perfeição estava na ancianidade. Sua experiência e sabedoria. As crianças, ah! as crianças naqueles tempos eram apenas to-le-ra-das. Somente por que um dia seriam adultos. Crianças não eram contadas nas sinagogas. E em parte alguma. Conversar com elas? Perda de tempo.

As irmãs da Casa da Criança tendo a frente a irmã Francinês Cavalcante executaram uma festa pascoalina no seguimento do “Vinde a mim as criancinhas”.

Elas sabem de um Jesus apaixonado pelos pequenos. Por seus jogos, suas brincadeiras. De um Jesus conhecedor desses corações limpos. E de suas inocências. De suas lágrimas e risos. De suas dores e alegrias. Ele antevia este milênio terceiro, tão autossuficiente em soberba tecnológica e científica. E dos homens vestindo-se como Deus.

E sabia dessa população maciça dos meninos-solidão. Mal do século. E dos egos glaciais. Dos homens de horas curtas. E da ignominiosa violência domestica. Do individualismo. O ególatra é adepto da tirania. Faz dos seus, escravos humanos.

Como disse o Papa Francisco: Livremos as crianças desse rapto de consciências. Esse sequestro radical das liberdades é próprio dos tiranos. “PROCUREM SER AMADOS! JAMAIS TEMIDOS!” A festa de páscoa uniu com o auxilio de professores e voluntários 320 crianças em clima do saber o verdadeiro sentido da páscoa.

A encenação da Santa Ceia. Os símbolos pascais do cordeiro, girassol, espigas de trigo, o pão, as uvas. Tudo explicado pelas próprias crianças. O coral imenso de músicas apropriadas.

As irmãs deram uma lição de Cristo. A Páscoa não é só feita de Coelhinho e chocolates. Estes estavam presentes mas são símbolos.

A responsabilidade maior está no exercício continuo da generosidade como misteriosa chama a arder perenemente em santuário.

*Carmen Novoa Silva é Teóloga e membro da Academia Amazonense de Letras

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