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SAÚDE

Alterações de olfato e de paladar podem estar relacionados a problemas de memória

Estudos apontam perda de olfato como um possível sinal precoce de doenças neurodegnerativas como a doença de Alzheimer

Falta de olfato
Olfato e memória estão intimamente conectados, pois ambos envolvem processamento neuronal no hipocampo.- Divulgação

O envelhecimento é um processo biológico natural, com passar dos anos algumas limitações próprias da idade são observadas, bem como no que diz respeito à diminuição da sensibilidade dos órgãos do sentido, ou seja, a senilidade dos cinco sentidos.

A sensibilidade e alcance do sistema olfativo é notável, capacitando os organismos a detectarem e discriminarem entre milhões de compostos, em sua maioria, orgânicos e de baixo peso molecular, aos quais chamamos de odores.

O nariz humano, de certa forma é considerado um artigo de luxo; porém em todo o reino animal, de bactérias até mamíferos, a capacidade de detectar substâncias químicas no ambiente é crucial para a manutenção da sobrevivência.

Conexões do olfato e memória

Olfato e memória estão intimamente conectados, pois ambos envolvem processamento neuronal no hipocampo, que é responsável por conectar elementos de uma experiência, incluindo informações sensoriais, para criar memórias.

Estudos apontam perda de olfato como um possível sinal precoce de doenças neurodegnerativas como a doença de Alzheimer.

Há, na literatura científica, evidências de que essa disfunção sensorial pode se manifestar anos antes dos primeiros sintomas cognitivos aparecerem, o que sugere haver uma conexão entre a região cerebral responsável pela memória e a que registra e interpreta os estímulos olfativos.

Com a pandemia de COVID 19 essa hipótese ganhou força com um trabalho publicado por pesquisadores brasileiros no European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience.

O grupo acompanhou 701 pacientes internados com covid-19 moderada ou grave no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), entre março e agosto de 2020.

Em avaliações feitas seis meses após a alta hospitalar, observaram que os indivíduos que apresentavam mais sequelas sensoriais pós-covid (redução ou modificação do olfato e/ou do paladar) tinham pior desempenho nos testes cognitivos, particularmente nos de memória.

E esse resultado era independente de quão grave havia sido o quadro na fase aguda da doença.

  • Euler Ribeiro é médico, especialista em envelhecimento, com desenvolvimento de várias pesquisas no Amazonas.

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